Atualizado em 28/08/2017
A AMAF nasceu em 1981 pela iniciativa de um conjunto de moradores da Freguesia que procuraram sensibilizar as autoridades para atender as necessidades e a manutenção da qualidade de vida de seus habitantes.
Naqueles anos que se sucederam à abertura política no Brasil e com partidos políticos ainda não estruturados para concorrer às eleições, os movimentos de moradores nos diferentes bairros da cidade e do estado foram se organizando para canalizar as reivindicações em todas as áreas da convivência social, tais como, saúde, educação, segurança, mobilidade, serviços públicos como energia elétrica, água/esgoto, transporte e outros.
Na medida em que esses movimentos foram se reproduzindo, apareceram a FAMERJ (1982) e a FAMRIO (1991) como entidades representativas dos movimentos de bairros. À época, a FAMERJ e outros movimentos representativos encamparam a luta dos moradores contra os aumentos excessivos nas prestações do Banco Nacional de Habitação (BNH), assim conseguindo vencer o que individualmente seria impossível. Esse foi só um exemplo do que a sociedade organizada pode conseguir.
Na Freguesia, a AMAF conseguiu grandes e pequenas vitórias que muitos não devem saber, tais como,
– a integridade do Bosque da Freguesia,
– a derrubada de um prédio equivalente a 17 andares em construção onde hoje está o Mc Donald`s. Como fruto dessa luta o SPHAN (Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – hoje IPHAN) o considerou como uma ameaça ao patrimônio, com interferência na preservação e visibilidade do morro da Igreja da Nossa Senhora da Pena e estabeleceu limites nos gabaritos para proteger monumentos, prédios históricos e até a própria natureza.
– a exigência da construção e alteração da rede de águas pluviais no Projeto Rio Urbe Freguesia, realizado em 2004/2008 na área central da Freguesia que inundava a cada chuva mais forte.
– o Decreto Nº 37158 de 16 de maio de 2013 que cria a Área de Especial Interesse Ambiental do bairro da Freguesia foi sancionado a partir de solicitações encaminhadas pela Amaf à Prefeitura, onde solicitava várias ações de melhoria e em especial sobre as consequências da liberação de construções prediais sem a adequação dos serviços de infraestrutura.
Pois é, nos anos de vida da AMAF podemos afirmar que existe um distanciamento entre os partidos políticos e os interesses essenciais da população. Há necessidade do restabelecimento da confiança nas ações daqueles que nos representam, sejam no Congresso Nacional, nas Câmaras Legislativas Estaduais e Municipais. Soma-se a isso, a estratégia de cooptação sobre as Associações de Moradores para manipular seus interesses administrativos e eleitorais. Isso nunca prosperou na AMAF pela sua postura de independência para analisar, debater e propor questões da Freguesia, de Jacarepaguá e da Cidade como um todo.
Só a organização comunitária e sem compromissos partidários pode melhorar a qualidade de vida de forma contínua. É um desafio, mas esse é um dos motivos pelos quais a AMAF existe há mais de três décadas sem ser cooptada no campo político-partidário e de modo persistente continuou e continua levando as reivindicações dos moradores da Freguesia aos representantes no poder, independente de seus partidos políticos.
A participação de todos é fundamental para tentar, e às vezes conseguir, triunfos nas lutas.
A AMAF SE REUNNE TODO MÊS NA SEDE DO BOSQUE DA FREGUESIA.
VEJA O CALENDÁRIO E O LOCAL NO SITE DA ASSOCIAÇÃO.
VENHA! PARTICIPE!
A um lema que nos guia e é representado pelas frases do Darcy Ribeiro:
“Fracassei em tudo o que tentei na vida.
Tentei alfabetizar as crianças brasileiras, não consegui.
Tentei salvar os índios, não consegui.
Tentei fazer uma universidade séria e fracassei.
Tentei fazer o Brasil desenvolver-se autonomamente e fracassei.
Mas os fracassos são minhas vitórias.
Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu”.
Se você quer ler recortes de jornais da época que documentam algumas lutas da AMAF, basta clicar
aqui para baixar o arquivo Memórias da AMAF (Tamanho do arquivo = 34 MB).
Exemplos dessas lutas são apresentados abaixo:
1981 – A AMAF já solicitava do Prefeito Júlio Coutinho, providências imediatas para solucionar o problema de enchentes na Estrada do Três Rios. Esta luta foi realmente sem sucesso e esperamos ansiosamente que o Rio Cidade em 2005s venha, 19 anos depois, e de uma vez por todas, resolver este grave problema que não é estético e sim básico de infraestrutura.
1982 – Movimento contra o espigão de 17 andares no Largo da Freguesia onde atualmente está o Mc Donnald´s e um posto de gasolina. Foi através da mobilização popular (passeatas, abaixo assinado, …) e processos na justiça e conjunto com associações de classe que em 1985 a construção que já se encontrava no segundo andar, foi impedida de continuar, pela justiça e como tal provocou a sua demolição pelo desinteresse dos seus responsáveis.
1982 – Em fevereiro a AMAF organiza a feirinha sem fins lucrativos. Um grupo de moradores vai até a CEASA para efetuar a compra dos produtos que os interessados em participar deste tipo de atividade comunitária assumiram o compromisso de comprar. As cestas são vendidas com até 50% de redução no preço se comparados com a venda no comercio normal.
Em 27 de fevereiro de 1983 – A AMAF promove jogo de xadrez na Freguesia
Em março de 1983 a AMAF realiza uma passeata contra o espigão da Freguesia e define ações futuras.
Em 31 de agosto de 1983 no Jornal dos Moradores é publicada matéria sobre a luta contra o espigão da Gabinal onde atualmente está o McDonald’s
1983 – A AMAF organiza com o apoio do Globo Barra, Policia Militar, a 16a. Região Administrativa e a Comlurb, um passeio de bicicleta com a participação de mais de 300 ciclistas pedindo pela construção de uma ciclovia ligando a Freguesia com a Barra da Tijuca. Este pedido, anos depois foi atendido pelas autoridades
1983 – Depois de incessantes pedidos e manifestações feitas pela AMAF, o DETRAN instalou na esquina conhecida antigamente como Los Pipos, no cruzamento da Estrada de Jacarepaguá, Uruçanga e Rua Ituverava, um sistema de sinalização no intuito de solucionar os graves problemas de engarrafamento e principalmente, acidentes fatais que ocorriam nesso local. Uma curiosidade desta luta, foi a compra de um bolo de aniversário que foi levado para a Região Administrativa com o objetivo de chamar a atenção das autoridades pelo desinteresse em atender uma reivindicação tão importante. O bolo era para “festejar” UM ANO SEM RESPOSTAS. Logo depois deste evento, o DETRAN instalou o sistema.
Em outubro de 1984 a AMAF organiza a luta por melhorias no transporte público.
No mesmo ano de 1984 a AMAF consegue o primeiro booster entre a Freguesia e o Centro da Cidade.
1984 – 1988 Campanha pelo tombamento do Morro e dos entornos da Igreja Nossa Senhora da Pena, com a conseqüente delimitação dos gabaritos nesses entornos.
1983 – 1997 Campanha pelo tombamento e criação do Bosque da Freguesia.
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