O Consumismo vs a Natureza


Acompanhamos recentemente a movimentação nas redes sociais e matérias jornalísticas contra o processo de licenciamento realizado pelo Opportunity junto à Prefeitura do Rio de Janeiro, que assegurou ao mesmo o destombamento de uma área totalmente arborizada e o corte de 340 árvores no terreno localizado na Rua Homem de Melo 169, na Tijuca, para a construção de um prédio residencial de 240 apartamentos.

Mas poucos acompanharam a autorização de corte de ao todo 933 árvores no terreno da antiga Fábrica de Cerveja Antártica/AMBEV, localizada na esquina da Estrada do Engenho D’água com Estr. de Jacarepaguá, no bairro do Anil de Jacarepaguá, que levou os moradores a elaborarem um abaixo-assinado, entregue formalmente à Prefeitura em 24/10/2018, que apesar de criado em 11 de outubro de 2018, já contava na época com o total de 738 assinaturas e formalizava a solicitação de que as medidas compensatórias fossem cumpridas no próprio local ou entorno do Shopping.

Sim, a Prefeitura deu licença em 07 de outubro de 2016, para a derrubada de mais de 900 Árvores num único terreno, SEM assegurar que a Medida Compensatória garantisse o replantio de espécies arbóreas nativas no próprio terreno e muito menos no bairro de Jacarepaguá, em que pese a Resolução SMAC 587/2015, aplicável à época, determinar isso.

O dono da obra é outro gigante, chamado Multiplan.

Em que pese a linda propaganda veiculada na mídia com a talentosa atriz @paollaoliveirareal , destacando que o novo Shopping denominado ParkJacarepaguá ( https://www.youtube.com/watch?v=AOXuxVr2wQU) representava “um novo conceito de shopping, integrado com a natureza”, observamos na prática que além das medidas compensatórias advindas da autorização de remoção arbórea, não terem sido revertidas para a plantação de novas árvores no local, foi PRIORIZADO O ACESSO FEITO DE CARRO, oferecendo 2.179 vagas ao invés de garantir o acesso com bikes, através da construção de ciclovias no bairro, para qual inclusive, parte da medida compensatória poderia ter sido utilizada (a legislação atual municipal do Rio de Janeiro garante que 50% das medidas compensatórias sejam utilizadas em arborização e outros 50% em obras que mitiguem os danos ambientais).

Além disso, observamos que o CANTEIRO central efetuado em frente ao Shopping, FOI FEITO EM CIMA DO ASFALTO, não permitindo sequer que árvores sejam plantadas no canteiro central.

A população está cansada de propagandas enganosas como essas e ainda dá tempo da @multiplanoficial reverter a péssima imagem que suas práticas NADA ambientalmente corretas têm trazido para o entorno.

@amaf_freguesia
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#arborizaçãourbana

Veronica Beck,
Advogada ambientalista e conselheira da AMAF

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