Temos na Freguesia uma casa projetada pelo famoso arquiteto Reidy e tombada. Você sabia?


 Affonso Eduardo Reidy nasceu em Paris, em 1909, mas fez sua carreira no Rio de Janeiro, onde faleceu, em 1964. Antes mesmo de formar-se na Escola Nacional de Belas Artes (Enba), em 1930, foi estagiário do urbanista francês Donat Alfred Agache (1875-1934), responsável pela elaboração do Plano Diretor da cidade. Reidy tornou-se professor logo após concluir o curso e em 1931, venceu, com Gerson Pompeu Pinheiro (1910-1978), o concurso para a construção do Albergue da Boa Vontade, seu primeiro projeto construído, e uma das obras pioneiras do modernismo no Rio de Janeiro.

Boa parte de sua produção foi na condição de arquiteto da Prefeitura do Distrito Federal. Foi chefe da Secretaria Geral de Viação, Trabalho e Obras e diretor do Departamento de Habitação Popular e do Departamento de Urbanismo até aposentar-se depois de três décadas dedicadas ao funcionalismo e a bons projetos.

Em 1936, integrou a equipe liderada por Lúcio Costa que realiza o projeto do Ministério da Educação e Saúde, mais conhecido como Palácio Gustavo Capanema. Também coordenou o projeto de urbanização do Centro do Rio de Janeiro, base para o desenvolvimento do Aterro e Parque do Flamengo, 1964. No campo da habitação social criou o projeto do conjunto Habitacional Pedregulho, 1946 que lhe valeu o primeiro prêmio na Bienal Internacional de São Paulo.

Pedregulho
Mas seu projeto mais festejado é o do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ), 1953, a primeira obra em concreto aparente no país.

A casa na Freguesia:

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O terreno tem 9.000 metros e é em forte declividade, praticamente tomado pela mata nativa.

E a casa é um típico exemplo do racionalismo, com ares fantásticos de Reidy, é relativamente pequena, e se lança calçada em enormes pilotis, despenhadeiro  abaixo.

A casa foi imaginada assim para evitar cortes no terreno e desmatamento desnecessário, sendo apenas uma parte fixada diretamente na superfície da enorme área, que abriga o acesso e a garagem, o resto se projeta.

A casa possui uma garagem, dependências de serviço, praticamente independentes da residência, ligada a ela por um passadiço coberto, uma grande sala/varanda debruçada para a mata e vale abaixo, um grande banheiro, um quarto e um escritório, além da cozinha. Na área de pilotis, posteriormente, foi criada uma grande varanda suspensa.

A casa, era ideal para um casal sem filhos, e foi construída, na então longíngua Jacarepaguá no início dos anos 50, tendo Reidy vivido nela até a sua morte, bem como sua companheira a grande engenheira Carmem Portinho, até seu falecimento pouco tempo atrás.  E contava com quase todo mobiliário desenhado  pelo grande arquiteto, mobiliário este que permanecia na residência enquanto a Dr. Carmem era viva.

Está localizada na Estrada do Guanambí nº 671 numa área do nosso bairro que possuía grandes propriedades, quase todas caindo nos últimos anos, fragorosamente, por culpa da especulação imobiliária, como todos sabemos.

Decreto nº 26.712 de 11 de Julho de 2006

O PREFEITO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO, no uso de suas atribuições legais e, CONSIDERANDO a política de proteção da memória cultural urbana da Cidade do Rio de Janeiro;

CONSIDERANDO a necessidade de uma legislação para a salvaguarda de exemplares representativos do patrimônio cultural e arquitetônico do Movimento Moderno na Cidade do Rio de Janeiro;

CONSIDERANDO os estudos desenvolvidos pela SEDREPAHC – Secretaria Extraordinária de Promoção, Defesa, Desenvolvimento e Revitalização do Patrimônio e da Memória Histórico-Cultural da Cidade do Rio de Janeiro;

CONSIDERANDO o pronunciamento do Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio Cultural do Rio de Janeiro, no processo administrativo 12/002.870/2002, DECRETA:

Art. 1º Ficam tombados provisoriamente, nos termos da Lei nº 166, de 27 de maio de 1980, os seguintes bens culturais e arquitetônicos abaixo relacionados:


– Residência Carmem Portinho. Estrada do Guanambí nº 671, Jacarepaguá. Projeto de autoria de Affonso Eduardo Reidy;

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